Embora pareça uma situação normal, a queda de cabelo merece atenção, afinal, a perda excessiva dos fios pode indicar condições relacionadas à saúde. Entre as possíveis causas, uma das maiores é o estresse, condição chamada eflúvio telógeno, que tem sido ainda mais comum durante a pandemia, segundo os especialistas.
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“Quando nosso corpo passa por estresse extremo, como após uma cirurgia, morte de um familiar, nascimento de um filho, infecção viral, como Covid-19, podemos experimentar uma grande mudança em nossos cabelos desde a fase de crescimento até a de eliminação meses depois. O eflúvio telógeno é muito mais comum do que imaginam”, explica a dermatologista Caroline Robinson em entrevista ao jornal “USA Today”.
Normalmente, não é uma resposta imediata do corpo. Ao “USA Today”, a tricologista Anabel Kingsley esclarece que, na maioria das vezes, a perda de cabelo se inicia entre 6 e 12 semanas após um evento estressante. Isso acontece devido à natureza do ciclo de crescimento capilar.
O dermatologista Samer Jaber declara ao jornal que essa condição por estresse pode ser considerada grave, pois é possível causar perda de até 50% dos fios e persistir por meses. Embora seja um fator alarmante, o especialista garante não ser permanente e, geralmente, se resolve por conta própria após alguns meses, quando não se trata de um caso crônico.
O estresse também pode desencadear ou piorar as capas e/ou coceiras no couro cabeludo. Além disso, é possível resultar em outras condições: alopecia areata, calvície ou tricotrilomania — distúrbio que envolve impulsos recorrentes e irresistíveis de puxar os cabelos até retirar os fios.
Como tratar a queda de cabelo
“A prioridade é diminuir o estresse através de exercícios, meditação, leituras ou qualquer técnica que funcione para te deixar relaxada”, aconselha Jaber.
É importante evitar práticas que podem enfraquecer ainda mais os fios, como excesso de calor e procedimentos químicos, incluindo coloração.
Manter a boa alimentação é essencial para o fortalecimento da raiz até as pontas. Evite alimentos industrializados e priorize o consumo de água e alimentos com alto teor nutricional. “Desequilíbrios de vitaminas, deficiência de ferro, ingestão inadequada de proteínas e refeições que contêm poucas calorias também são fatores que podem contribuir para a queda de cabelo”, explica Anabel Kingsley.
Em uma recente entrevista à IstoÉ, a dermatologista Letícia Rautha indica consultar um especialista e realizar exames clínicos, como a tricoscopia, para recuperar os fios. “Com base nas análises, pode ser feito um tratamento focado para as alterações e carências individuais do paciente”.